O processo de criação de cidades no Brasil esteve intrinsecamente ligado à presença e à influência da Igreja Católica, especialmente durante os períodos de colonização e de expansão territorial. A missa para comemorar a fundação oficial do território de Campinas, que já era desejo do povoado que começava a se estabelecer há alguns anos em torno da atual Praça Bento Quirino, foi finalmente celebrada no dia 14 julho de 1774.
Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso de Jundiaí: assim foi denominada a nova cidade, sem poupar homenageados. “Nossa Senhora da Conceição” aludia à santa cultuada na pequena capela da celebração; “Campinas” fazia referência às planícies do território; “Mato Grosso” era devido ao fato de a cidade fazer parte do caminho dos bandeirantes que iam para Mato Grosso e Goiás; a vizinha Jundiaí era a localidade à qual a nova freguesia estava ligada.
A capela logo deu lugar à primeira igreja matriz, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, localizada a poucos metros do marco zero da cidade. Inaugurada em 1781, foi a principal sede religiosa até 1883, quando a atual catedral foi inaugurada.


O povo negro escravizado também cultuava santos católicos e, nesse contexto, destaca-se o trabalho de Tito de Camargo Andrade, o mestre Tito, um escravo liberto que liderou o projeto para a construção da Paróquia de São Benedito, ainda no século XIX. O local escolhido ficava próximo do antigo Cemitério dos Cativos, pois era um espaço importante para a religiosidade negra, fortalecendo a ideia de que seus antepassados seriam abençoados na vida após a morte. A igreja foi construída somente em 1966 e, além da homenagem ao negro franciscano, tem à sua frente um monumento à Mãe Preta, erguido em 1984. O passado escravagista criou no imaginário brasileiro a figura da empregada doméstica responsável por criar crianças brancas, filhas de seus patrões. Esse papel foi apropriado pelo moderno movimento negro brasileiro e ressignificado como um símbolo de força, digno de homenagens.
Hoje, Campinas conta com uma rica diversidade de templos religiosos, representando diversas tradições e crenças. Há uma comunidade protestante diversificada, com igrejas de diferentes vertentes tradicionais, como a luterana, a batista, a metodista e a presbiteriana. Religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, também têm espaços próprios para manifestações da fé ancestral. A cidade possui ainda centros budistas e a grandiosidade dos templos da Igreja Universal do Reino de Deus e da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que chamam a atenção na paisagem.



