Presença japonesa
A chegada de japoneses ao Brasil está concentrada, sobretudo, nos períodos da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais. Ao atravessarem o mundo de navio, vinham em busca de trabalho na lavoura e no comércio para construir uma nova vida, muitos com a esperança de um dia retornar ao país de origem. A derrota na Segunda Guerra, contudo, fez com que a maioria dos imigrantes japoneses permanecesse no Brasil em caráter definitivo. Em Campinas, o primeiro grande grupo, formado por 56 japoneses da região de Okinawa, chegou em 1918 para trabalhar na Fazenda Itaoca, entre Campinas e Indaiatuba. No caminho para Indaiatuba, Hisaya Iwasaki, filho do criador da Mitsubishi, comprou em 1927 a Fazenda Ponte Alta, que passou a se chamar Monte D’Este e recebeu mais uma colônia de japoneses. A partir de 1934, foi fundada a Indústria Agrícola Tozan, como a fazenda é conhecida até hoje. O local foi pioneiro na produção de saquê na América do Sul. Durante a Segunda Guerra Mundial, contudo, a fazenda foi desapropriada pelo governo brasileiro. A fazenda Chapadão foi outro ponto que recebeu japoneses. Houve ainda uma quarta onda de imigrantes formada por comerciantes.
Hoje, tem destaque a região rural de Pedra Branca, produtora de frutas por lavradores vindos principalmente do Japão e da Itália. A principal variedade de goiaba branca comercializada no mercado nacional foi desenvolvida na região, pela família Kumagai, presente até hoje no local.
Colônia alemã

A pujança do café também atraiu alemães à região, entre o fim do século XIX e o início do século XX , tanto para trabalhar na lavoura, quanto para atuar nas companhias ferroviárias, que buscavam na Europa mão de obra especializada. Em Campinas, eles se concentraram na região que hoje é ocupada pelo Aeroporto Internacional de Viracopos. Foi por lá que Frederich Tamerus adquiriu uma área de cerca de 800 alqueires e fundou a colônia Friedburg, trazendo 34 famílias alemãs para cultivar a terra. Com a Segunda Guerra Mundial e o projeto de nacionalização de Getúlio Vargas, o local teve o nome abrasileirado e passou a se chamar Friburgo. Até hoje, o local mantém tradições germânicas, com a realização de festas típicas.
Imigrantes do Século XXI
Campinas segue sendo o destino de quem deixa países que enfrentam guerras ou a pobreza e distúrbios sociais. Na última década, a cidade passou a receber de maneira mais recorrente imigrantes da vizinha Venezuela e do Haiti.
O grande número de imigrantes levou o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça, a criar um núcleo regional de atendimento em Campinas em 2023. Há apenas outros três no país: em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo.