sábado, maio 31, 2025
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Futebol

A rivalidade entre Guarani e Ponte Preta já dura mais de um século. As equipes fazem um dos clássicos mais tradicionais do futebol brasileiro e dia de dérbi é sempre uma data especial na cidade.

Ambas as equipes não vivem mais os dias de glória do passado e frequentam a Série B do Campeonato Brasileiro nos últimos anos. Ainda assim, despertam muita paixão. Entre as muitas curiosidades do embate, está a proximidade entre os estádios. O Brinco de Ouro da Princesa, do Guarani, e o Moisés Lucarelli, da Ponte Preta, ficam a apenas 800 metros de distância um do outro. Outra é o fato do resultado do primeiro clássico, em 1912, ser desconhecido.

As duas equipes tiveram seu melhor desempenho nas décadas de 1970 e 1980. O Guarani é o único time do interior do Brasil a conquistar o Brasileirão. O título de 1978 foi em cima do Palmeiras, com brilho do atacante Careca, que mais tarde se tornaria ídolo no São Paulo, disputaria duas Copas do Mundo com a Seleção Brasileira e ainda formaria uma dupla histórica no Napoli, da Itália, ao lado de Maradona. Uma infinidade de craques já vestiu a camisa verde do Guarani, como Amoroso, Renato, Zenon e Luizão, mas seu maior artilheiro é ainda da fase amadora do futebol. Zuza atuou na década de 1940 e fez 221 gols. Ele também é o jogador com mais gols na história do dérbi, com 18 bolas na rede.

Estádio Brinco de Ouro da Princesa do Guarani FC. Foto Márcio Masulino

Já a rival Ponte Preta era tão forte na época que, em apenas onze anos, foi vice- campeã paulista em quatro oportunidades: 1970, 1977, 1979 e 1981. Além disso, três de seus maiores craques, o goleiro Carlos e os zagueiros Oscar e Polozzi, foram convocados para disputar a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, feito jamais obtido por outro clube do interior.

A potência do futebol na cidade rendeu uma capa histórica da revista Placar. Em 1978, o então semanário, publicou a reportagem “Campinas FC: uma equipe imbatível” e a foto de José Pinto reunia uma verdadeira seleção formada somente por jogadores das duas equipes. Curiosamente, o maior ídolo e artilheiro da Ponte em sua história não aparece na “seleção”. O meia Dicá fez 581 jogos e 155 gols pela Macaca e tem até busto em sua homenagem no estádio. Outro momento especial na história da Ponte é mais recente: em 2013, em sua primeira participação em um torneio internacional, superou os campeões mundiais Vélez Sarsfield, da Argentina, e o São Paulo para chegar à decisão da Copa Sul-Americana, sendo superada pelo Lanús, da Argentina, na final.

No contexto histórico, a Ponte Preta se orgulha de ser a primeira democracia racial do futebol brasileiro. Fundada em 1900, teve negros em sua primeira diretoria, e Miguel do Carmo foi titular da primeira equipe de futebol. O apelido do time também foi uma forma de combater o racismo. Ao serem chamados de“macacos”por torcidas adversárias, os pontepretanos tomaram para si o apelido. O time também é um dos poucos do Brasil a ter uma mascote feminina.

A fundação do Guarani, em 1911, ocorreu em uma reunião de adolescentes na praça Carlos Gomes. Em homenagem ao maestro, usaram sua ópera mais famosa para dar nome ao clube. Recentemente, um monumento lembrando a fundação do clube foi inaugurado nessa praça.

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