As ferrovias são símbolos importantes da era capitalista do século XIX e surgiram como resultado direto da Revolução Industrial. No Brasil, além dos investimentos estrangeiros, o capital acumulado pela elite paulista por meio da economia cafeeira desempenhou um papel crucial no surgimento de empresas ferroviárias genuinamente brasileiras.
Antes desse período, o transporte de cargas dependia principalmente de animais de carga, como mulas, e o tropeirismo desempenhava um papel fundamental na economia, tanto durante o ciclo do açúcar quanto no desenvolvimento da economia cafeeira.
Nesse contexto, era natural que Campinas atraísse investimentos para escoar a produção dos principais produtos. Mais do que ter trilhos que conectavam fazendas a outras regiões do país, Campinas se notabilizou por ser sede da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, umas das mais importantes do país, e que chegou a instalar mais de 2 mil km de trilhos entre São Paulo e Minas Gerais. Suas oficinas, no histórico Prédio do Relógio, fabricavam locomotivas a vapor, carros de passageiros, vagões de carga e inúmeros componentes.
A inauguração da linha ocorreu em 1875, com o trecho entre Campinas e Jaguariúna. Naquele mesmo ano, a ferrovia foi estendida até Mogi Mirim, fato que trouxe a Campinas novamente o imperador D. Pedro II. A pioneira na cidade, contudo, foi a Companhia Paulista de Estradas de Ferro que, em 1872, inaugurou a estação mais icônica da cidade, em estilo inglês. Renomeada de Estação Cultura, hoje é um dos principais pontos para a realização de exposições e feiras.